Alex Mello
Fazendo mestrado na área da educação na Pontífice Universidade Católica, PUC, de São Paulo, o professor terena Paulo Baltazar teve uma participação destacada no I Fórum Sobre a Questão Indígena Terena. Como os demais participantes, elogiou a iniciativa da Gerência de Educação, GEMED, de propor um debate aberto sobre as questões mais cruciais da educação indígena. Sua palestra versou sobre “território”, por ele definido como “único lugar onde os índios tem autonomia”. Daí, a necessidade de mantê-lo e fortalecê-lo.
Baltazar fez uma crítica contundente ao falar especificamente da educação. “Não temos uma verdadeira escola indígena”, disse. Mesmo reconhecendo os esforços e o respeito pela causa indígena de parte dos professores não índios que atuam nas escolas das aldeias, ele observou que o modelo escolar em vigência é o “modelo branco”. “Não há diferença”, ressaltou.
Talvez a resposta mais objetiva a essa questão tenha sido dada pela professora doutora Onilda Sanches, da UEMS. Segundo ela o problema maior é a ausência de letramento específico. Na sua percepção é fundamental que haja produção de textos na língua terena. Uma das únicas referências é o texto “O Tuiuiú e o Sapo”. Esse desafio, contudo, é extremamente complexo, pois esbarra em questões ideológicas e culturais. “Há um longo caminho a ser percorrido para que o ensino da língua terena seja frutífero”, disse.
Embora reconhecendo que os ideais propugnados por Baltazar e Onilda envolvem questões complexas, a Gerente de Educação, professor Luzia Cunha, acredita que esses ideais se estabelecerão no seu devido tempo. A GEMED tem dado a sua contribuição. A existência de um setor específico para a educação indígena, em sua estrutura, dirigido pelo professor Arcenio Francisco Dias, foi uma das primeiras decisões do órgão. “É um avanço significativo”, na opinião dos preletores do evento.
Agência de Comunicação Social
Nenhum comentário:
Postar um comentário