FM PAN - Alex Mello
ACS
Discutir as principais necessidades da etnia terena, especialmente na área da educação. Esta foi a maneira que a Gerência de Educação de Aquidauana, dirigida pela professora Luzia Cunha, encontrou para fechar as comemorações alusivas à Semana do Índio.
O I Fórum sobre a Questão Indígena Terena”, com o tema “A trajetória do povo terena em Aquidauana”, aconteceu na noite da última sexta feira (30), no anfiteatro do CEUA (UFMS).
Na abertura do evento o professor Arcenio Francisco Dias, chefe do setor de educação indígena da GEMED, expôs sobre a realidade da educação indígena, hoje, e sobre as lutas desenvolvidas para a inserção dos conteúdos de arte e cultura e língua terena nos currículos escolares das escolas das aldeias.
Seus conterrâneos Alcery Marques, cacique da Aldeia Lagoinha e Célio dos Santos Francisco, diretor da Coordenadoria dos Assuntos Indígenas, relataram sobre os resultados das conferencias local e regional sobre educação escolar indígena, preparatórias para a I Conferência Nacional, que acontecerá de 21 a 25 de setembro, em Brasília.
Representando o setor da pesquisa acadêmica as professoras doutora Onilda Sanches, da UEMS, e mestre Vera Lucia Vargas, da UFMS, trabalharam enfoques de áreas específicas. Onilda ressaltou que embora a língua terena seja uma língua completa, ainda é oprimida pela língua portuguesa, por causa da ausência de material.
Vera, que atua na área de história, discorreu sobre a trajetória da etnia, para mostrar a sua importância regional. Num dos momentos mais importantes do Fórum citou documento de Horta Barbosa, datado de 1927, segundo o qual “os terenas foram o braço” do município.
Em noite histórica para aquidauana, o Fórum mostrou o avanço da nação terena na luta por vozes representativas nos setores de formação de opinião, ao abrir espaço às palavras de Paulo Baltazar, mestrando pela PUC/SP e Wanderley Dias Cardoso, pesquisador das questões indígenas e doutorando pela PUC/RS, ambos terena.
De forma clara, sem omitir críticas ou exagerar nos elogios ao seu povo, ambos realçaram que o povo terena tem a sua memória, mas precisa de representatividade na luta por resgatá-la e preservá-la.
Último a se manifestar, o prefeito Fauzi Suleiman (PMDB) manifestou o desejo de que o Fórum desencadeie um processo de derrubada de preconceito em relação aos índios e outros grupos étnicos.
Especificamente sobre o povo terena lembrou dos esforços de seu governo para que a história terena seja contada nas escolas.
Projeto visando a inserção deste capítulo está sendo desenvolvido em parceria com a UFMS.
Fauzi lembrou ainda que as mãos terena marcaram a história de Aquidauana - citando como exemplos a implantação do telégrafo e dos trilhos da noroeste e a participação na Guerra do Paraguai - e continuam marcando, hoje, na produção de alimentos.
E como o evento requeria um fechamento com “chave de ouro” o chefe do executivo aquidauanense arrematou:
“Vamos nos empenhar para transformar Aquidauana na capital terena”.
Agência de Comunicação Social
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